quinta-feira, 12 de agosto de 2010
Imagine...
Gostei muito deste artigo publicado em http://www.educare.pt/.
Aqui fica apartilha : )
Imagitetos e imaginheiros: um louvor à profissão
Paulo Périssé 2010-08-09
Olhar por detrás de sonhos permite trazê-los de uma dimensão para outra, do imaginário para o real.
Nas organizações Disney há uma profissão, que desconheço existir em qualquer outro lugar. Chama-se imagineering. Se alguém, por curiosidade, for procurar esta palavra num dicionário de língua inglesa, certamente não irá encontrá-la. A razão é simples: não existe! Trata-se de uma invenção que combina as palavras imagination e engineering, ou seja, imaginação e engenharia.
Porém, não é só a palavra em si que é inusitada, a descrição da função destes profissionais é ainda mais extraordinária, conforme atesta o título: "A behind the dreams look at making the magic real", algo como, um olhar por detrás dos sonhos, para tornar a mágica real.
O que significa olhar por detrás de alguma coisa? Procurar compreender melhor sua essência ou seu funcionamento, analisar, minuciosamente, o que se encontra além da percepção imediata e irrefletida, examinar outras possibilidades. A criança, encantada, explora um objecto com as suas mãos, virando-o de todos os lados, para satisfazer sua intensa curiosidade e formar uma impressão global sobre o mesmo. Ver as coisas por detrás também revela os segredos que impressionam a quem os admira só de frente. Quem já assistiu a uma peça teatral atrás dos bastidores sabe que é uma experiência bastante diferente da de estar sentado na plateia. Olhar por detrás de sonhos permite trazê-los de uma dimensão para outra, do imaginário para o real. Noutras palavras, "imaginheiros" são indivíduos que têm, dentro das organizações Disney, a formidável atribuição de tornar realizáveis novas realidades inexistentes.
Ora, tudo isto tem a ver com a educação, embora nos possa fugir, facilmente, à percepção, se não tomarmos o cuidado de examinar, atentamente, a nossa profissão por detrás. Os educadores e educadoras que o fazem conseguem, seguramente, enxergar suas missões e, consequentemente, suas responsabilidades, bem além do mero cumprimento das exigências de um currículo. Esses homens e mulheres de incomensurável valor entendem-se como arquitectos e arquitectas, engenheiros e engenheiras de uma sociedade imaginária, que ainda não existe, mas que está em franco processo de realização. São, portanto, imagitetos e imagitetas (projectam) e imaginheiros e imaginheiras (e edificam-na), no exercício quotidiano de seu métier.
A escola deve ser o canteiro de obras de um mundo melhor. É preciso captar esta visão, sentir nos ombros o peso desta responsabilidade e desempenhar com orgulho esta magnífica incumbência.
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