domingo, 28 de outubro de 2012

Vale a pena refletir neste texto que a educadora Juca partilhou no facebook...

Os pais estão diferentes?
“Novos pais, novas crianças” era o tema do Congresso Pré-Escolar, organizado pela Porto Editora. E a pergunta, obviamente, impõe-se: os pais estão diferentes? A resposta é unânime. Basta comparar os modos de pensar e de agir e, com eles, as formas de comunicar, conviver, aprender, consumir, vestir… as diferenças entre gerações são, de facto, óbvias (afinal, a sociedade em que vivemos - e até o ar que respiramos - está, também ela diferente!). Estranho seria não estarmos diferentes.
Recuemos uns anos – e não são precisos muitos – e vejamos em que se traduz a diferença. Os pais estão, indiscutivelmente, mais ativos, participativos, atentos, informados, empenhados e preocupados. Mas também, concordam pediatras, psicólogos e educadores, mais permissivos, submissos e tolerantes, quantas vezes baralhados e “perdidos”. E, nalguns casos, mais “desprendidos” da sua missão de transmitir valores e raízes, delegando noutros a delicada tarefa de educar (o psicólogo canadiano Gordon Neudeld alerta, nesta edição, para o facto do papel dos adultos ter vindo a ser substituído nos últimos anos pelo dos amigos).
Perante tal cenário (e muitas “queixas” por parte dos educadores de infância), ficaram no congresso alguns recados: que os pais devem impor-se, exercer a autoridade e estabelecer regras. Sem medo de definir limites ou ignorar birras, sem pruridos de quebrar normas, pedir desculpa ou admitir o erro. E nada disto é incompatível com brincadeiras – “Brinquem com os vossos filhos!”, desafiou o pediatra Paulo Oom - vínculos e afetos. Pelo contrário. Porque é precisamente com estas “armas” simples que tão bem dominamos que podemos, suave mas firmemente, lançar ordens e incutir princípios. Porque, por mais diferentes que estejam os pais, a brincadeira continua a ser a forma mais divertida de ensinar e o amor o modo mais eficaz (e sublime) de conquistar (e educar) corações.
Lá fora, entre raios de sol e nuvens carregadas, caem as primeiras chuvas. Gosto destes primeiros dias de outono. A brisa fresca da manhã a pedir um agasalho, o cheiro das gotas de água na terra seca, as árvores a despir-se de folhas, a paisagem emoldurada em tons de cinza e castanho. Melancólico, o cenário é também sinal do poder renovador (e reconfortante) da natureza. E, com a renovação, a esperança. Por mais ventos e tempestades que se avizinhem…

Helena Gatinho

segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Arte...

Talvez dos textos mais bonitos, mais simples e mais profundos sobre a arte, se se quiser extrapolar para os “leitores” da comunicação visual, quando dizem que não entendem o que um quadro/artista quer/ia “dizer” com aquilo, que “até eu era ...capaz de fazer!”.


Mais palavras para quê?
Pede-se a uma criança: Desenha uma flor! Dá-se-lhe papel e lápis. A criança vai sentar-se no outro canto da sala onde não há mais ninguém. Passado algum tempo o papel está cheio de linhas. Umas numa direcção, outras noutras; umas mais carregadas, outras mais leves; umas mais fáceis, outras mais custosas. A criança quis tanta força em certas linhas que o papel quase não resistiu. Outras eram tão delicadas que apenas o peso do lápis já era demais. Depois a criança vem mostrar essas linhas às pessoas: Uma flor! As pessoas não acham parecidas estas linhas com as de uma flor! Contudo a palavra flor andou por dentro da criança, da cabeça para o coração e do coração para a cabeça, à procura das linhas com que se faz uma flor, e a criança pôs no papel algumas dessas linhas, ou todas. Talvez as tivesse posto fora dos seus lugares, mas, são aquelas as linhas com que Deus faz uma flor!”



Almada Negreiros, in "O Regresso ou o Homem Sentado - III parte"   Espaço Psicologia, Facebook

quinta-feira, 4 de outubro de 2012

eu me identifico...

Digo o que penso, com esperança. Penso no que faço, com fé. Faço o que devo fazer, com amor. Eu me esforço para ser cada dia melhor, pois bondade também se aprende. Mesmo quando tudo parece desabar, cabe a mim decidir entre rir ou chorar, ir ou ficar, desistir ou lutar; porque descobri, no caminho incerto da vida, que o mais importante é o decidir!...

____________Cora Coralina In "coisas que eu sei"